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Greve na CSN | Editorial

Editorial Tribuna Popular


Nos últimos anos passamos por inúmeras reformas neoliberais (trabalhista, previdenciária, teto de gastos para saúde e educação). Todas essas, segundo seus autores, com o intuito de gerar mais empregos e melhorar a renda e a vida dos trabalhadores, mesmo com muitos setores da sociedade alertando para o perigo dessas reformas concentrarem mais renda e dificultarem a luta por direitos dos trabalhadores. E é justamente esse cenário que estamos vivendo nos dias atuais: inflação galopante, poder de compra da população caindo (quando feitos, os reajustes salariais não acompanham a inflação), desemprego altíssimo, alto índice de trabalhadores informais, e, claro, a fome.


Enquanto a classe trabalhadora do nosso país passa por dias terríveis, a classe dominante não para de acumular riquezas e vive nos seus banquetes e festas luxuosas, mostrando qual era o real caráter de todas essas reformas neoliberais às quais estamos submetidos nesse momento.


Mas quem produz todas as riquezas desse país é a classe trabalhadora e por essa percepção — de que merecemos muito mais do que as migalhas que estão nos oferecendo —, os trabalhadores vêm se organizando em inúmeras greves ao redor do país!


Temos greve dos professores, dos garis, dos entregadores de aplicativos, metroviários, motoristas do transporte público, de profissionais da saúde e, mais recentemente, eclodiu a greve dos trabalhadores da mineração da CSN, movimento esse que detalhamos a seguir.



foto: Sindicato Metabase dos Inconfidentes. Trabalhadores em greve!


Em um movimento espontâneo, e em greve desde a última quinta-feira (31), os trabalhadores reivindicam recomposição salarial, melhoria no cartão-alimentação, política de participação nos lucros e melhores condições de trabalho. A CSN, empresa essa que teve um lucro três vezes maior em 2021 (comparado com 2020) se furta de pelo menos equiparar o que é pago em outras empresas similares da região. O fato de outras empresas pagarem melhor que a CSN só corrobora o regime de superexploração que esses trabalhadores vêm vivendo, pois todos os trabalhadores da mineração merecem e poderiam receber muito mais do que atualmente lhes é pago, e também um ambiente e condições de trabalho muito melhores.


As mineradoras vêm tendo seus lucros aumentado exponencialmente, tudo isso às custas de uma grande exploração dos trabalhadores, dos recursos naturais e gerando muito medo e preocupação nas comunidades próximas às suas grandes e mortíferas barragens. Para a população o que fica, além dos empregos, os quais já evidenciamos serem subvalorizados? 


Estamos passando por uma nova "corrida do ouro", onde estão tirando todas nossas riquezas minerais e estão nos deixando algumas migalhas, muita devastação ambiental e lama!


Precisamos de um novo modelo de mineração, que valorize as comunidades em que estão inseridos, seus funcionários, o meio ambiente e toda a população do nosso país. Pois num modelo de mineração em que o povo seja protagonista, nossas riquezas minerais poderiam ajudar todo o país a se desenvolver em diversos aspectos. 


Mais que um direito, a greve é uma necessidade da classe trabalhadora brasileira. Por isso, todo o apoio aos trabalhadores da CSN que se levantaram contra esses abusos! E que a atitude deles sirva de inspiração para toda a classe e para todos os trabalhadores do Brasil!

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