Comunidade Quilombo Sanhudo resiste e luta contra mineradora que avança sobre o Tejuco
- tribunapopularita
- 24 de jul.
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Coletivo Cacique Merong. 24 de julho de 2025
Nesta quarta-feira (23/07), a Associação Quilombola de Defesa Ecológica da Serra dos Três Irmãos - Comunidade Sanhudo/Tejuco recebeu coletivos parceiros e representantes da Sedese (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social do Governo de Minas Gerais) no Território do Quilombo Sanhudo, em Tejuco, comunidade localizada no município de Brumadinho (MG).
A comunidade Quilombo Sanhudo se organiza para defender a região das mineradoras MIB/Larf e denunciou as ilegalidades do processo, em Ação Civil Pública com resultado que em 2024 suspendeu a licença ilegal que permitia a atividade minerária no local. Neste encontro, a comunidade reafirmou o seu compromisso integral com a defesa do local e denunciou ameaças e violências sofridas por lideranças da comunidade. O Quilombo reforçou para os representantes do Estado de Minas Gerais que o protocolo de consulta e todo processo da consulta é de total responsabilidade da própria comunidade e será feito em respeito às suas tradições e organização política próprias.

No século XXI – marcado até aqui com mais ilusões de “avanços” no capitalismo, a comunidade de Tejuco é continuamente violentada com a água contaminada e outras contaminações. Também vivem com as outras inúmeras dificuldades criadas pelos empresários que controlam o setor de extração de minerais no local. As nascentes secaram desde o crime da Vale em 2019, e todo o processo de “reparação” tem sido marcado pelas injustiças e pelos interesses de um dos setores mais lucrativos do mundo.
O quilombo Sanhudo carrega mais de 300 anos de história, num lugar recheado das mais diversas riquezas naturais e culturais. A comunidade, que enfrentou as contradições do colonialismo, hoje enfrenta o capital da mineração. Vizinha da Serra conhecida como Três Irmãos, a vida da comunidade de Tejuco e da natureza segue em curso, e ontem foi mais um passo em direção a luta por libertação que dura mais de 300 anos. O quilombo Sanhudo resiste e avança, mesmo com a comunidade de Tejuco cercada por mineradoras.

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