Greve da Educação é fruto de realidade assustadora em escolas de MG

Escolas estaduais sofrem com a terrível superlotação e falta de equipamentos, além de baixíssimos salários de trabalhadores de toda comunidade escolar

Professores e professoras da rede estadual de ensino se encontraram em greve desde 09 de março em Minas Gerais. Na luta por melhores condições de trabalho, e principalmente pela garantia do pagamento do piso nacional, os profissionais cumprem esta importante etapa na luta pela valorização da categoria. 

Uma assembleia ocorrida no dia 31 de março, na capital Belo Horizonte aconteceu com o pátio completamente lotado de diversos profissionais da Educação, assim como em outras datas desta jornada de lutas. Na ocasião, a decisão da manutenção da greve teve grande adesão!

Nesta terça-feira (12 de abril), depois de muita mobilização e luta, o veto do governador Romeu Zema foi derrubado em plenária na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Vitória da luta em defesa da educação, saúde e segurança pública.

(Assembleia lotada e profissionais mobilizados. Foto Luiz Rocha/Sindutemg)

Zema, inimigo da Educação

O governador bolsonarista Romeu Zema (Novo) mostra a que veio logo em seu primeiro mandato. Além de não honrar os acordos que fez com a categoria da Segurança Pública, da Saúde Pública e da Educação Pública de Minas Gerais, Zema tem feito muito esforço para entregar à iniciativa privada grandes patrimônios do estado, a exemplo da Cemig. 

Contrariados com tamanho desgaste e negligência do governador milionário, as atuais lutas coletivas têm marcado uma luta histórica em nosso estado. Entenda o atual momento da luta:

– No dia 31 de março, a ALMG aprovou, em plenário, as emendas de reajustes propostas pelas categorias. No mesmo dia, a proposição da Lei foi encaminhada ao governador;

– O governador Romeu Zema vetou as emendas que valorizam os profissionais das áreas públicas de segurança, saúde e educação.

– Nesta terça-feira (12), depois de muita mobilização e luta, o veto do governador Romeu Zema foi derrubado em plenária na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Piso em Itabirito e gestão democrática nas escolas municipais 

Em conversa com o professor, sindicalista e coordenador do comando de greve no município, Sergio Recepute ressalta que a Prefeitura de Itabirito deve se esforçar para garantir o piso nacional para a categoria. 

Professor da rede estadual, Sergio cita os detalhes sobre as condições de trabalho nas escolas da rede estadual, confirmando superlotação, condições muito precárias de equipamentos e os baixos salários dos diferentes profissionais da comunidade escolar.

Professor também da rede municipal, Sergio fala de um assunto fundamental: a gestão democrática nas escolas. 

Em Itabirito, o prefeito Orlando é o responsável por escolher as diretorias das escolas municipais. Assim, o processo (que deveria ser democrático) se concentra nos interesses privados e específicos do governo. Este aparelhamento prejudica toda a comunidade escolar, sobrecarrega a própria direção das escolas e distancia os trabalhadores e trabalhadoras do debate sobre seus direitos e condições de trabalho.