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Gastos e gestão da Prefeitura de Itabirito pós-desastre

Já no dia 09 de janeiro (um dia após a enchente), governo Orlando aprovou licitações envolvendo grandes empresas privadas.

Centenas de itens de limpeza armazenados pela PMI - Foto: Reprodução


Em janeiro deste ano, Itabirito sofreu com o maior desastre social e ambiental de sua história. A enchente de 08 de janeiro de 2022 deixou marcas na população, que até hoje sofre com o auxílio emergencial negado e com sérios problemas quanto à infraestrutura de locais (barrancos caídos em partes de estradas, vias parcialmente fechadas, bairros danificados, etc).


Após o ocorrido, uma grande força coletiva da própria população ajudou a reerguer a cidade, com doações e trabalhos voluntários. A prefeitura, além de fazer um grande marketing sobre o auxílio emergencial (que merece um capítulo à parte), também tomou outras  medidas consideradas de "caráter emergencial".


Logo no dia 09 de janeiro, no dia seguinte ao desastre, a Prefeitura de Itabirito apressadamente aprovou duas licitações:


1) A compra de 12 mil vassouras, 04 mil rodos e 12 mil panos de chão. O montante chega a 242 mil reais gastos com o grupo Farid. 


2) Aluguel de máquinas BTEC. Locação de caminhões e varredeiras mecânicas no valor de aproximadamente 1,5 milhão de reais. 


A BTEC, empresa contratada na licitação, é a mesma que forneceu exorbitantes serviços de asfaltamentos no governo Orlando, com licitações em mais de 33 milhões de reais. Essas informações foram retiradas do Portal de Transparência da Prefeitura de Itabirito.


Mesmo considerando o caráter de urgência das decisões num momento pós-enchente, chama a atenção a forma apressada que a prefeitura agiu para implantar certas medidas. 


Outro fator importante: segundo informações de fontes (que preferiram não se identificar), grande parte dos equipamentos adquiridos ainda estão armazenados num galpão alugado pela própria instituição. Mais uma ressalva: faltaram máquinas para ação direta e imediata nas semanas subsequentes à enchente, principalmente para áreas mais prejudicadas (por exemplo, a Vila Alegre).


Existem outros gastos nos chamados "recursos para a calamidade" que mereciam mais transparência e, principalmente, os critérios que esta riquíssima prefeitura adota para destinar suas verbas. 



Se alguns materiais são adquiridos demasiadamente, é corriqueiro faltar itens básicos em escolas municipais. No governo dos privilegiados, é comum os gastos favorecendo grupos poderosos e a falta de equipamentos prejudicando os trabalhadores. Para alguns servidores faltam até mesmo equipamentos de proteção individual.


Almejamos ver o dia em que um governo de Itabirito terá essa mesma disposição para investir em áreas mais precarizadas e na classe trabalhadora responsável direta em gerar toda essa riqueza.
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