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EDITORIAL l Opinião: O melhor momento para se organizar é AGORA!

Matéria do Jornal A Verdade por: Edson Victor Unidade Popular – DF

Militantes de movimentos sociais realizam brigada do jornal A VERDADE no DF. (Foto: A Verdade)

BRASIL – Historicamente, nenhum direito foi dado ou cedido para a classe trabalhadora de forma autônoma pela classe dominante, a burguesia, ou foi conquistado pela luta de pessoas isoladas.


Efetivamente, desde a Lei Áurea que aboliu a escravidão do Brasil, até o Auxilio Emergencial do Governo Federal durante o período de pandemia do COVID-19, todas as conquistas dos trabalhadores foram resultado de organização popular.


Mesmo os heróis mais destacados da classe trabalhadora, que dirigiram o processo de revolta popular durante o período da Ditadura Militar, faziam parte de organizações. Como exemplo temos Carlos Marighella, um dos principais nomes que lutaram contra a Ditadura Militar, membro da Ação Libertadora Nacional (ALN). Outro destacamento na direção da resistência popular foi Manoel Lisboa, que também militava dentro de uma organização, o Partido Comunista Revolucionário (PCR).


Apesar desses exemplos, alguns jovens ou até mesmo pessoas um pouco mais maduras podem fazer comentários como sou muito jovem e não tenho tanto conhecimento sobre causas sociais ou já estou ‘velho’ meu tempo já passou para poder fazer algo, tanto a primeira quanto a segunda afirmação são equivocadas. Estes pensamentos, na verdade, são reflexo da ideologia dominante, a ideologia liberal, que estimula o individualismo.


Porém, ninguém precisa ter lido tudo que todos e todas revolucionárias já escreveram, nem ter determinada idade para ingressar e começar a construir algum coletivo. O coletivo é um dos meios de sua formação política.


Não se aprende a falar em público, a mediar conflitos, a fazer crítica e autocrítica e afins apenas lendo textos ou livros, mas sim, na própria prática desses hábitos. É importante ressaltar que, como já disse o camarada Lênin no livro O que fazer?, “Sem teoria revolucionária não pode haver movimento revolucionário”. Isso mostra a necessidade de uma teoria a qual se possa basear leituras de conjuntura e atuação de um coletivo.


Outros ainda podem fazer comentários como não estou com tempo de organizar politicamente” ou “vou esperar eu me estabilizar para poder me organizar politicamente”. Também são pensamentos estimulados pela ideologia liberal em prol da desorganização da juventude e da classe trabalhadora.


Deve-se ter a compreensão clara que o sistema capitalista nunca dará sequer um direito para a juventude e para a classe trabalhadora. Por isso, infelizmente, não existe chance de esperar condições melhores para militar, pois nunca existirão condições perfeitas para se organizar sem ter que se abdicar de algo. Sempre haverá a necessidade de se lidar com as condições materiais existentes no momento.


Esses são apenas alguns dos pensamentos propagados pela ideologia burguesa-liberal para que a juventude e classe trabalhadora não se engaje em lutas sociais. Efetivamente, são pensamentos muito bem enraizados e propagados de maneira que fique difícil de identificá-los como não-naturais, mas sim, como mecanismos de dominação de classe.


Deve-se entender que cada qual pode contribuir de acordo com suas condições, mas sempre ficar atento às maneiras de dominação usadas sobre a classe trabalhadora e a juventude para que não se organizem.


Por isso, é importante destacar que esses indicativos não têm intenção de acusar os que não compõem nenhum partido, movimento social ou coletivo, de liberal ou traidor de classe. Mas evidenciar que muitos dos pensamentos que existem para não se organizar em coletivos na luta contra esse sistema que explora e mata, são pensamentos condicionados e estimulados pela ideologia liberal, pois sabem que o povo organizado tem o poder de transformar nossa sociedade e isso é terror daqueles que exploram e matam.
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