Nas últimas semanas, vários assuntos entraram em alta nesse momento pandemia, desde assuntos políticos e memes a frases de impacto. Em meio a tanta informação, uma frase bem forte para a nossa classe me chamou atenção: ‘’Fique em casa, do mesmo jeito que você fica na sua quando seu amigo artista te chama pra ver um trabalho dele’’ . Vi essa frase em um compartilhamento de story de um artista local da cidade.
Eu reflito sobre dois contextos em tal frase: primeiro, a extrema necessidade de ainda reforçar para população brasileira de ficar em casa em um momento tão grave do nosso país, pois as aglomerações ainda acontecem e, mesmo com tantas mortes sendo denunciadas, todos os dias, pelas mídias sociais, uma parcela da população ainda insiste em não usar máscara, fazer aglomerações e não tomar as devidas medidas sugeridas OMS. O que ainda falta para que esse negacionismo caia por terra, assim como vários corpos mortos pela COVID-19 ? A segunda reflexão que vem é sobre a precária situação da classe artística e como que nossa situação virou uma piada de mal gosto, pros artistas é claro. O artista no Brasil tem sobrevivido à base de um grande milagre: falta trabalho, falta valorização trabalhista, falta reconhecimento e, o pior, falta respeito.
Esse grave negacionismo brasileiro vem desse fruto envenenado chamado ‘’bolsonarismo’’ que, em palavras globais, podemos chamar de governo fascista. A grande jogada genocida de Bolsonaro enraizou nas cabeças de alguns brasileiros, colocando-os na situação de fantoche do Estado genocida; o que infelizmente contribui para que as contaminações ainda aconteçam e, ainda pior, que variações do vírus sejam consequência desse plano do governo fascista. Precisamos fixar em nossas mentes a extrema necessidade de hackear esse sistema fascista e de manter o máximo de cuidado para que esse vírus suma o mais rápido possível das fronteiras do nosso país, precisamos também nos manter atentos com a verdade e com a vida miserável que milhões de brasileiras e brasileiros estão enfrentando.
Os números altíssimos de desempregados e os preços absurdos nos supermercados afetam diretamente a qualidade de vida do proletariado brasileiro, que não tem subsídios do governo para que consiga fazer três mínimas refeições por dia. A classe artística brasileira também se encaixa nesse quadro grave de miséria no Brasil, pois, bem antes da pandemia, já vivíamos em situação precária: o não reconhecimento da sociedade das atividades artísticas, os trabalhos que pagam abaixo da tabela de pagamento sugerida pelo SATED-MG(Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões), além da banalização do nosso trabalho com não pagamentos em dias combinados ou até mesmo a tentativa de não pagamento.
A solução, agora, é aguçar nossos instintos humanos e contribuir com o que puder para pessoas próximas que têm vivido situações de dificuldade: procure doar para campanhas de solidariedade, compartilhar e mobilizar ajuda as famílias mais carentes. Qualquer tipo de ajuda nesse momento crítico é bem vinda. Precisamos tomar frente para que os reflexos negativos dessa pandemia a longo prazo sejam minimizados. Não podemos esquecer que o vírus ainda circula entre nós e tomar os devidos cuidados é um ato de sobrevivência, além de cumprir o nosso papel como cidadão consciente do momento crítico de saúde nacional. Convoco também a toda a classe artística para resistir: a arte ainda cumpre um papel essencial na sociedade. Muito se transformou com arte e muito se movimenta com ela, precisamos continuar produzindo nossos trabalhos e, mesmo que minimamente, apoiar um ao outro compartilhando os conteúdos postados, recomendando para outras pessoas, marcando companheiras e companheiros artistas em editais em andamento e, assim, criar uma rede forte de criação e resistência do pensamento criativo. Por fim, convido você, artista, a acompanhar, na aba ''vídeos de cultura popular ‘’, os conteúdos que serão postados nos próximos dias. Precisamos deixar que a arte aqueça novamente nossos corações: ‘’O sol há de brilhar mais uma vez’’.
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