“Testar, testar e testar”, essa foi a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para impedir a propagação do vírus da Covid-19, que já matou mais de 251 mil pessoas no país e 48 em Itabirito. Mas esta recomendação nunca foi seguida pelo governo de Bolsonaro, Zema e Orlando Caldeira. Fato é que o presidente e seus seguidores, sempre fizeram piadinhas de mau gosto, como chamar esse maldito vírus de “gripezinha” ou dizer que “todo mundo vai morrer mesmo”. Chegaram até mesmo a culpar pessoas que se dirigiam a unidades de saúde porque queriam fazer o teste.
Por isso, centenas de itabiritenses ficaram sem saber se tinham contraído ou não o vírus e, passados vários meses da pandemia, não houve nenhuma mudança nessa situação. Quem tem dinheiro ou um plano de saúde caro, assim que começa a sentir os sintomas, faz o teste. Quem não tem, isto é, a maioria da população, enfrenta filas para agendar um teste e, muitas vezes, não conseguem.
Segundo dados da própria prefeitura de Itabirito, a Secretaria Estadual de Saúde (responsabilidade do governo do estado) disponibiliza para Itabirito cerca de 150 testes (PCR) por semana. Um número pífio para os quadros atuais da pandemia.
Além do PCR, que é um teste de resultado mais demorado, existem dois tipos de testes rápidos que o governo Orlando poderia ter bancado: o de anticorpos (IgM/ IgG) e o para detecção de antígenos (Ag). O curioso é que em meio a pandemia a prefeitura celebrou um contrato de mais de 30 milhões de reais em asfalto e preferiu deixar os itabiritenses pobres sem teste.
É importante destacar a diferença entre os dois testes rápidos existentes, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde: o novo teste (para detecção de antígenos) fornece resultados de forma mais rápida, capacita profissionais de saúde da linha de frente a manejar melhor os casos, isolando, assim, os pacientes para evitar uma propagação maior e para começar o tratamento imediatamente, sendo portanto uma alternativa interessante na falta de exames PCR.
Em farmácias particulares, por exemplo, os testes rápidos custam pelo menos 90 reais. Utilizando como base este valor comercial e fazendo uma conta rápida, o governo Orlando, com metade do dinheiro do asfalto (15 milhões), poderia ter adquirido 160 mil testes de COVID. O suficiente para testar massivamente a população de Itabirito 3 vezes.
No entanto, o prefeito Orlando prefere ignorar as recomendações da OMS e seguir os maus exemplos nacionais e internacionais. Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos parece ter feito escola em Itabirito. Recordemos o que Trump disse em junho: "Quando você testa nesse alcance, você vai encontrar mais pessoas, vai encontrar mais casos. Então eu disse ao meu pessoal: diminuam a velocidade dos testes, por favor" (Fonte Notícias UOL).
Além dos problemas descritos, falta, ainda, transparência de onde foi empenhado o valor de mais de 5 milhões (valor detalhado de R$ 5.709.764,73) repassados para o município, segundo o site da Agência Senado.
Assim, o cenário para 2021 é bastante preocupante para nós trabalhadores e pobres que estamos nas mãos destes representantes da elite: sem teste, sem auxílio emergencial e sem vacina para todos. Só a luta do povo organizado poderá reverter essa situação.
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